Como todo mundo sabe, a França é reconhecida mundialmente pela produção e qualidade de seus maravilhosos e saborosos queijos. Não tem como fazer um queijo de padrão internacional sem uma matéria-prima de qualidade: nesse caso, o leite. Com isso, ficamos curiosos em comparar os processos de produção de leite para produção de queijos do Brasil com os da França.
Para nossa surpresa, as regras de produção do leite são muito parecidas. O que nos faz pensar que o Brasil precisa apenas fazer a lição de casa para chegar lá!
Vamos conferir os placares dos jogos?
1. Placar – 1x1
Tanto no Brasil quanto na França, o leite após a ordenha deve chegar nos tanques a uma temperatura de 4°C.
2. Placar – 0x1
Quando o assunto é Contagem Padrão em Placa (CPP), as novas regras do leite no Brasil exigem um valor abaixo de 300 mil UFC/ml, já na França, esse valor deve ser abaixo de 100 mil UFC/ml. Você reparou que os padrões de qualidade do leite da França são muito mais rigorosos do que os nossos?
3. Placar – 1x1
As exigências do Brasil também empatam com as da França quando falamos sobre as boas práticas de higiene em todas as etapas da ordenha. Tanto aqui quanto lá, as regras são muito definidas porque um dos grandes segredos é manter excelência nessas etapas para ter um leite de qualidade exemplar.
4. Placar – 0x1
Agora vamos falar sobre Contagem de Células Somáticas (CCS), neste parâmetro o Brasil deve possuir uma contagem do leite menor que 500 mil células/ml, já na França esse valor deve ser inferior a 400 mil células/ml.
5. Placar – 1x1
As regras para a sanidade dos animais também são iguais. Ambos os países exigem vacas saudáveis na linha de ordenha, animais com infecções e em tratamento devem ter o leite separado dos demais para não comprometer a produção e a qualidade do leite.
Viu só? O Brasil não está longe de chegar lá, o que precisamos é colocar a mão na massa e garantir um trabalho que impacte na qualidade do produto final. Para isso, é preciso ficar atento às novas regras do leite das instruções normativas do MAPA, IN76 e IN77. Elas não foram criadas à toa, se o setor leiteiro está em busca de aumentar o valor da sua matéria prima, não tem outra saída se não trabalhar todos os dias para cumprir as exigências das normativas da qualidade do leite.
Só assim poderemos conquistar o tão sonhado mercado internacional.
Roberta Züge Diretora administrativa do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) • Diretora de Inteligência Científica Milk.Wiki • Médica Veterinária Doutora pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP)